terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Agenda

PERFORMANCES 1999=10

Bravos Ursos e Vorazes Replicantes, em mais uma aventura:

do teatro à Rua...












TEMPORADA NO TEATRO ALTEROSA


***PROMOÇÃO!!!Para essa temporada, não temos cortesias, mas uma LISTA AMIGA: os amigos pagam meia-entrada. Para participar é só mandar o nome completo e a data que gostaria de assistir ao espetáculo, para o e-mail grupoquemsomosnos@gmail.com.


TEMPORADA ESPETÁCULO 2011



JAM SESSION "De Terno tudo fica mais fácil" 2011

Fotos / Vídeos

FOTOS PROJETO CIRCULAÇÃO1999=10
- DO TEATRO AO ESPAÇO PÚBLICO

A proposta do projeto é fazer 10 apresentações da cena 1999=10, formato de performance, por praças, parques, cafés, o metrô e a rodoviária de Belo Horizonte.

A Primeira parada foi no dia 20 de agosto, um sábado ensolarado, no Parque Municipal. Os bravos ursos e as vorazes replicantes se encontraram com "habitantes de outro planeta".


E fizeram uma reunião. Trataram de assuntos importantes, de projetos, planilhas, estatísticas.



Depois de jogar muita conversa fora seguiram por um passeio agradável antes que os "inimigos penetrassem na cidade" e atrapalhassem a curiosa harmonia do agrupamento...




Uma rápida parada para "colocar o burro na sombra".






"Até logo cavalheiros!"




FOTOS ESPETÁCULO 1999=10
(Galpão Cine Horto)










E tudo começou de um despretensioso borrão...

FOTOS BORRÃO DE CENA 1999=10 - Dur: 8 min
(Galpão Cine-Horto)



VÍDEO CENA "Tragédia"

"O Inferno são os outros" (Sartre)


"O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço."(Calvino) 


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Sinopse


Nada de fato mudou! 2011 pode ser 1999, que é igual a 10. Assim como 2999 pode algum dia se tornar 2011, que na soma dá 12 e por aí vai! O que realmente importa? A cada manchete o papel de jornal envelhece. As notícias de hoje são outras e as mesmas de antes. Os discursos continuam cegos, surdos. O tempo avança e o homem contemporâneo, vestido de terno, continua aparentemente satisfeito e intocável. Nada ou quase nada abala as estruturas. Mas há momentos em que é necessário gritar, reclamar, gargalhar, escancarar os sintomas desse mundo imediatista apoiado nas aparências. Os debates rasteiros escondem o buraco e o vazio. 1999=10 brinda com ironia, a superfície, a prepotência, a soberba e o caos a que chegaram os “homens da caverna” do século XXI.

Release

Espetáculo 1999=10 estréia no Verão Arte Contemporânea

A cena 1999=10 foi escolhida pelo projeto Cena-Espetáculo do Galpão Cine-Horto para se tornar uma montagem teatral. A estréia acontecerá no Verão Arte Contemporânea. O espetáculo cumpre temporada de 10 a 27 de fevereiro, quinta a sábado, às 21h, e domingo, às 19h, no Teatro do Galpão Cine-Horto. A direção é de Dudude. Em cena, Bete Penido, José Washington Vidigal, Miller Machado, Patrícia Siqueira e Vinicius Reinaldi. Apoio de Cena: Beatriz França. A classificação indicativa: livre. Duração: 60 minutos.

O espetáculo aborda a superfície daquilo que infecta o mundo das aparências. Cinco “objetos humanos” são apresentados em cena como produtos afetados pelo mercado. A proposta é escancarar sintomas de um mundo imediatista, construído na superfície, por isso raso e apoiado nas aparências. 1999=10 pode ser um desabafo de onde nos encontramos neste tempo, neste século, neste mundo repleto da espécie humana, com o efeito estufa, com calamidades climáticas, com a produção de lixo exorbitante. Enquanto isso, aparentamos todos plenamente satisfeitos, como se não existissem problemas.”, explica Dudude.

Em cena, homens “plenamente” satisfeitos e “coerentemente” trajados de terno, “armadura contemporânea” associada ao poder e à credibilidade do mundo dos negócios, debatem tragédias e catástrofes cotidianas estampadas na mídia, que ordinariamente atravessam seus corpos “ocos”. Eles lêem o jornal. E todos os dias o papel está ali, envelhecendo rapidamente. As notícias a cada instante são outras e as mesmas, os personagens são outros e os mesmos, o tempo passa e quase nada realmente muda. Os homens continuam seus discursos cegos, surdos. A aparência esconde o buraco. A indumentária opaca não permite perceber que esses homens são meros produtos descartáveis, em meio a tantos, onde só a embalagem conta. Assim, 1999=10 brinda com ironia, a superfície, a prepotência, a soberba e o caos a que o homem de hoje foi abduzido. Como diria o personagem Pozzo da peça Esperando Godot de Samuel Beckett: “É uma desgraça, mas é assim!”.

Durante a concepção da dramaturgia, atores e direção buscaram inspiração em trechos de peças de Ionesco, Eugene O’neil, Samuel Beckett, referências na obra de autores brasileiros consagrados e anônimos, além de artigos e reportagens de jornais e revistas. Porém, a dramaturgia não se limitou ao universo das palavras. Ela foi além: o espaço, o corpo dos intérpretes e as intervenções sonoras ganharam também a função textual. “o opção por uma dramaturgia livre vem do desejo de construir um trabalho poroso, que procure ressaltar as potencialidades individuais de cada intérprete na cena. Cada um é uma pequena parte da imagem a ser construída, partindo da premissa de que em cena, tudo fala: espaço vazio, corpos, roupas, intensidades, luz, voz, palavra. Nada é construído por acaso, tudo aqui tem propósito, só resta ao público descobrir e inventar um sentido”, explica Dudude.

O Agrupamento 1999=10
O agrupamento formado por Patrícia Siqueira, Bete Penido, Vinicius Reinaldi, Miller Machado, José Washington Vidigal e Beatriz França surgiu de uma idéia, um desejo de experimentar o corpo que fala, o corpo que se move e por aí vai. Quando veio o convite de Dudude para o Cena-espetáculo já havia no próprio processo um fluxo que interessava aos artistas, que os movia: 1999=10 se revelava a cada ensaio, a cada movimento. De um “rascunho” brotou uma “cena curta”, que agora é um “espetáculo”, e que em breve poderá ser outro “coisa”. “Nossa equipe gosta disso: seja em estado de dança, seja a palavra com o espaço. O importante é estar em movimento. E fazer algo traz sempre a idéia de aventura. Mas quem guia quem? A tal “coisa”. Isto é o que de fato nos move. Não é possível nomeá-la, mas a “coisa” traz criação, frescor, interesse. Gostamos de não saber ao certo para onde estamos indo, e nos deixamos levar.”, explica a artista.

Dudude
Bailarina, improvisadora, coreógrafa, diretora de espetáculos e professora de dança, Dudude estuda e trabalha desde a década de 70 a pedagogia do ensino da dança e seus desdobramentos.  A artista transita por linguagens contemporâneas, da dança, da performance e da improvisação, experimenta diálogos com a música, o teatro,  o vídeo e as artes plásticas, e se mantém interessada em aprimorar seus estudos sobre o movimento. Seus espetáculos ocupam espaços diversos e rompem com as fronteiras pré-estabelecidas da arte. Dudude sempre se mostra a frente de seu trabalho por construir com o corpo lugares fomentadores e transformadores das questões do pensar. Seu corpo escuta, registra e escreve a dança que o habita. Mais informações. www.dudude.com.br

SERVIÇO
“1999=10” estréia no Verão Arte Contemporânea
Temporada: 10 a 23 de fevereiro
Quinta a sábado, às 21h
Domingo, às 19h
Teatro do Galpão Cine-Horto
Classificação: Livre
Duração: 60 minutos

CONTATO PARA ENTREVISTAS
Dudude – direção – 31 8797 9597 / 31 3283 2422
Patrícia Siqueira – atriz – 31 9970 0688

MAIS INFORMAÇÕES
Beatriz França
Assessoria de Comunicação
31 9733 3127 / 31 2535 3127
beatrizimprensa@gmail.com

Ficha Técnica

Espetáculo: "1999=10"


Direção / Concepção:
Dudude Herrmann


Intérpretes-criadores:
Beth Penido
José Washington Vidigal
Patrícia Siqueira
Miller Machado
Vinicius Reinaldi


Apoio de Cena
Beatriz França


Dramaturgia:
Criação coletiva


Dramaturgia: Dudude e Agrupamento 1999=10


Convidados palestrantes
Nydia Negromonte, Silvana Lopes, Paola Rettore, Evandro Rogers, Marcelo Kraiser,
Leonardo Lessa


Colaboração
Núcleo de Apoio ao Figurino Galpão Cine Horto
Coordenação: Ana Luisa Santos
Assistência: Rosaly Perdigão
Núcleo de apoio a sonorização
Alexandre Santos e Daniel Castro


Cenotécnico
Helvécio Izabel


Criação de Iluminação:
Bruno Cerezoli


Produção:
William Gomes


Realização: Galpão Cine Horto


Agradecimentos:
Ronaldo Brandão, Rodrigo Campos, William Gomes, Athos Rache, Beatriz França, Maria de Lourdes Gouveia, Aurita, Chico Pelúcio, Lydia Dell Pichia e todo o Grupo Galpão; toda a equipe do Galpão Cine Horto; Ana Luisa Santos, pais, filhos, irmãos, amigos, enamorados e todos que contribuíram para a construção deste trabalho

A Dramaturgia

Nada é por acaso, mas é bom que seja espontâneo. Intérpretes no espaço, uma cadeira quieta e solitária, sugerem imagens, trazem movimento, ideias. É só olhar em volta e tudo se faz alimento para a criação, tudo é texto: corpos, espaços vazios, roupas, objetos, intensidades, luz, palavras. Estão aí, vivos, latentes! A escolha por uma dramaturgia livre é sempre uma aventura. Mas se é para fazermos de “1999=10” um trabalho poroso, que envolve troca entre os criadores, que favorece as potencialidades individuais, a construção do texto nasce assim, de instantes capturados, tempos impensados, e, sobretudo, de um lugar de desejo, de inquietação.

Em “1999=10” não se conta uma história, não existe final. Não há hierarquias, nem um texto soberano: ele são muitos. Nesse espetáculo, o ruído é tratado como música, o deslocamento dos corpos, animados ou inanimados, são movimento, o estudo da luz, as indumentárias cênicas, todos dançam em freqüências dissonantes, mas tecem juntos o mesmo retalho.

E porque não beber em textos dos contemporâneos Ionesco, Samuel Beckett, buscar referências na obra de autores brasileiros, consagrados e anônimos, ligar a televisão - de vez em quando - , consultar a enciclopédia, navegar na internet, ler as notícias do dia no jornal, roubar a fala de alguém. Se estão aí, por que não?

A busca acena para tantas direções e é inquieta. Não há regras no percurso. Ou talvez uma apenas: de que para criar e agregar sempre novos textos é importante embarcarmos plenamente satisfeitos de terno, mas com a atitude de quem suspeita de possíveis asfixias, durante a viagem. Assim, vestidos com alinho e elegância, partimos para uma batalha e ocupamos aos poucos, dentro da armadura de pano, nossos espaços de liberdade. “1999=10” pode ser então um desabafo deste mundo repleto da espécie humana, com o efeito estufa, com calamidades climáticas, tragédias, com a produção de lixo exorbitante, com o excesso de embalagens. Ou não! Está tudo aí, disponível. Agora deixamos para o público inventar um sentido, descobrir seus espaços de liberdade.

O Processo

“1999=10” foi-se revelando a cada ensaio. Para esta empreitada tínhamos ternos, cinco intérpretes curiosos, uma diretora ávida por movimento e muitos, muitos espaços vazios.

De um desejo de experimentar a palavra e o corpo, brotaram oito singelos minutos daquilo que poderia um dia se tornar uma cena. Logo, logo, os riscos ficariam maiores e com eles a responsabilidade. Nada de desânimo! Isso era o que de fato nos movia. Nossa inquietação ainda não estava nomeada e talvez nunca chegasse a ser. A incerteza e o frescor nos levavam a lugares improváveis e inesperados da criação. Aos poucos o rascunho tomava dimensões e o que antes soava como um despretensioso borrão, agora ganhava corpo. Chegamos ao final dos 15 do segundo tempo, pontualmente satisfeitos, como quem sai vitorioso de mais uma partida de futebol.

Mas ainda era cedo para comemorar. O Campeonato não havia chegado ao fim. Tínhamos um desafio maior pela frente: partir da Cena ao espetáculo. A banca perguntava afoita: “O que pretendem fazer com isso?”; “Para onde vão com esse material?”. E eu respondia: “Não sei, ele é que vai me dizer. Como posso saber algo que está em processo. Não é essa a máxima da criação?”; “Não é essa a proposta do ‘Cena-Espetáculo’?”

Como diretora tenho uma convivência adquirida por afinidades com os intérpretes da cena. Nosso processo de criação foi nos deixar levar, tanto na direção como na interpretação. Falando assim parece tarefa fácil, mas por trás disso há anos de trabalho.

A habilidade no movimento me fez experimentar outras linguagens, o que é sempre um risco. E esse agrupamento gosta disso. O acerto ou engano faz parte do processo. Na arte não lidamos objetivamente com a vida e sim “sob” “sobre”, “dentro”, “fora”, “atrás”, “longe”, “perto” dela. O espetáculo seguiu seu rumo natural, arejado, cheio de frestas! Provocamos a inversão, ficamos à deriva, mas sempre em movimento! Afinal, o prazer está exatamente em não saber ao certo para onde estávamos indo.